Casa-Museu Custódio Prato
Quem descobrir a Casa Museu Custódio Prato garante uma viagem ao passado, a tempos em que a ruralidade ainda era mais predominante e a agricultura dava trabalho a quase todos os braços disponíveis.
Localizado na Rua dos Passadouros, na Freguesia do Bunheiro, este espaço museológico peculiar pretende recriar o quotidiano de uma casa de lavrador no início do século XX: uma típica construção de alpendre, inserida num quinteiro e protegida do exterior pelos caraterísticos pátios, área de currais e arrumos.
Foi o Rancho Folclórico “Os Camponeses da Beira-Ria” quem chamou a si, em 1991, os primeiros trabalhos de restauro da antiga casa datada do início do século XIX, que teve como último dono o lavrador e benemérito Custódio Prato.
A parte da habitação abriu ao público no dia 19 de maio de 1996 e nela se encontram expostos móveis, roupa, loiças e outros utensílios recolhidos pelo rancho. Em 30 de abril de 2000, foi adicionado um novo espaço de visitação, que ocupa a área dos antigos currais e que apresenta várias salas temáticas, dedicadas a espaços e ofícios do antigamente: alfaiataria, barbearia, sapataria, ferreiro, loja/taberna, carpintaria, adega e salas de utensílios e alfaias agrícolas.
No quintal, encontramos a nora, acoplada ao poço, a meda da palha e o cabanal.
Custódio José da Silva Sousa (conhecido por Custódio Prato) era filho único de lavradores abastados - ricos não em dinheiro mas sim em bens/propriedades - que casou tarde, depois dos 40 anos, não tendo deixado descendentes diretos. Após a morte da sua mulher viveu nesta casa ainda alguns anos, onde faleceu, vítima de doença prolongada. A maioria dos seus bens foram doados à igreja por testamento.
Quando faleceu, em Janeiro de 1987, Custódio Prato deixou expressa em testamento a vontade da sua casa ser convertida em museu. Este desejo veio dar resposta ao anseio do R. F. "Os Camponeses da Beira Ria" de encontrar um espaço para expor as peças recolhidas ao longo dos anos.
Ao tomar conhecimento da situação em que a casa se encontrava, num profundo abandono e estado de ruínas, a coletividade propôs ao representante da igreja/paróquia e da usufrutuária tomar conta do espaço, para ali instalar um museu que albergasse e preservasse a memória do povo da ria e do mar, do povo marinhão, enfim, dos seus antepassados.
Em Março de 1991, depois de um período de negociações iniciado no ano anterior, foi celebrado um protocolo entre o rancho, a usufrutuária e a Comissão da Fábrica da Igreja Paroquial do Bunheiro, com o intuito da coletividade ali instalar um museu etnográfico, começando assim os trabalhos de recuperação. Em 2001, com assinatura de um protocolo entre com a Câmara Municipal da Murtosa foi possível abrir a casa museu diariamente, de forma a possibilitar a visita que até então era assegurada pelos elementos do rancho mediante marcação prévia.
Esta casa museu possui um espólio de mais de 5000 peças, muitas delas de grande valor monetário, peças originais que já não se encontram facilmente e que essencialmente valem pelo "valor sentimental incalculável" saudosista de tempos, costumes, tradições, hábitos e maneiras de viver que já não voltam e que muito dizem da vida do povo da Terra Marinhoa.
O Casa Museu Custódio Prato pode ser visitada gratuitamente, de terça a domingo, das 14 às 18h. Telefone de contacto: 234 866 825.
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Rua dos Passadouros, 40, Freguesia do Bunheiro
Terça a Domingo
14H00 às 18H00